sábado, 27 de setembro de 2008

Identidade transitória e o alicerce cristocêntrico!

Um olhar sobre a identidade dos jovens da Assembléia de Deus na pós-modernidade!

Roupas comportadíssimas são
padrão nas adolescentes em noite
de festa no estacionamento da
igreja sede das Assembléias de
Deus em Cuiabá.
Também o cabelo é autoridade e sinal
de poderio da mulher de Deus,
segundo o apóstolo Paulo quando
escreve a igreja de Corinto.
(1Co 11.10)



Tratar da identidade (quem sou), e da subjetividade, (processo entendido por aquilo que fazemos e dos sentimentos resultantes desse), nos proporciona o conhecimento de si mesmo - capacidades/habilidades e limitações - e por conseqüência, numa perspectiva cristocêntrica e solidária, nos ajuda a conhecer o outro e a amá-lo tal qual descobrimos a importância de amar-se a si mesmo. Por esta perspectiva, devemos pensar nas coisas que são do alto e seus sentimentos resultantes, mas como ainda não fomos tirados do mundo. Então, o que diferencia a identidade daqueles que recebem uma visão cristocêntrica, daqueles que estão sem Deus no mundo, é justamente o sobrenome: Família de Deus! (Vós que antes nem ereis povo...*) Por isso vamos olhar esta crise de identidade que está afetando o futuro da humanidade através da visão sociológica européia, uma vez que os jovens do mundo moderno recebem uma vasta gama de novas informações e de novos modelos comportamentais baseados no consumismo desenfreado e no ter sem saber de onde vem. O que fez entrarem num processo acelerado de novas identidades e ficaram sem referencial algum, para nortear a caminhada existencial. Este fato é notório pelas comunidades com membros de aparência estranhas, normas a serem seguidas, costumes e roupas estravagantes que aparecem e desaparecem num piscar de olhos! Depois olharemos da janela que temos a nossa frente, o cotidiano dos jovens assembleianos.
Um dos mais influentes estudiosos da identidade na pós-modernidade e desta crise existencial é o jovem filósofo Norueguês Lars Svendsen (37) professor da Universidade de Bergen, (Noruega)o qual tem vários livros publicados sobre o trabalho, a biologia,a arte, a moda e inclusive um chamado “Filosofia do Tédio” (Único publicado no Brasil pela Jorge Zahar Editor). Numa entrevista sobre seu livro Moda, o assunto versou sobre costumes e identidade, no caderno “+ mais” da Folha de São Paulo de domingo 31-08-2008 quando foi perguntado assim:
FOLHA – “Em um comentário duro, o senhor diz que, se a lógica da moda se torna norma na construção da identidade, ela pode se tornar um fator desagregador. E conclui que caminhamos para a completa ‘dissolução da identidade’. Como a moda participa disso?”
SVENDSEN – “Todos nós, de alguma maneira, expressamos quem somos por meio de nossa aparência visual, e essa expressão vai necessariamente dialogar com a moda. E os ciclos de moda cada vez mais acelerados indicam um conceito mais complexo do eu, porque o eu se torna mais transitório. O consumidor pós-moderno não consegue firmar uma identidade pessoal viável por meio de seu consumo porque o fato de esse consumo focalizar o transitório enfraquece a formação da identidade. Se a nossa identidade é diretamente vinculada as coisas que nos cercam – ou seja , ao valor simbólico das coisas-, essa identidade será tão transitória quanto são aqueles valores simbólicos.”
Podemos traçar um paralelo do que Svendsen diz, olhando para o mundo onde vive o jovem assembleiano, cujos valores e identidade estão baseandos na cultura e comportamento que cercava os profetas e apóstolos bíblicos, e até o próprio Jesus Cristo. Portanto, alicerçada numa cultura de vários milênios, logo, a primeira vista retrógrada, ultrapassada, pois tem ainda o apóstolo Paulo como principal marco de referência por suas treze cartas sagradas. Este homem teve muitas informações dentro duma cultura judaica machista ao extremo e arraigada na lei mosaica, pedagógica, mas duríssima. Porém conhecia o que a desobediência à lei provoca, e sentiu no próprio corpo o peso da desobediência ao ser apedrejado, por não ter sido sensível ao direcionamento de Deus, que havia dito que seus irmãos judeus não o ouviriam ao afirmar que Jesus é o Messias. Isso concorreu para o bem da humanidade, porque: como foi em êxtase até o terceiro céu, entendeu o processo de ser filho de Deus e ter o corpo por templo do Espírito Santo. Compreendeu que a filosofia grega facilitava o evangelismo cristocêntrico, pois dava condições de mostrar o Logus de Heráclito de Éfeso como o Verbo que se fez carne. E ao criar um diálogo com os estoicos e epicereus no Areópago, fisgou muitos peixes graúdos da filosofia grega, convertendo-os ao Senhor.
Assim, o jovem que tem contato íntimo com a doutrina paulina se identifica como corpo de Cristo, como templo do Espírito Santo e não é tomado por modismos. Suas cartas vão criando uma identidade no cristão que se reflete na identidade subjetiva do jovem que frequenta a igreja comprometida com a palavra de Deus e não flexibiliza, a exemplo das Assembléias de Deus de Mato Grosso. Diferente de outras denominações que, para segurar dentro da igreja os ‘moderninhos’ e não perder o volume de fieis, tolera muitas transformações para acompanhar modismos mundanos e assim cria uma crise de identidade, de cultura e de religião dentro do próprio meio que se diz firmado na fé cristocêntrica.
Como o universo evangélico é um percentual ainda ínfimo da população, estas características são pouco notadas, mas com uma visão mais acuída, observa-se que aqueles jovens que de seus pastores recebem disciplina orientadora biblicamente rígida, se sentem amados, cuidados, e assim, são melhor preparados para enfrentar o mundo, sem serem do mundo. Como prêmio conseguem manter-se isentos de uma série de transtornos e contratempos que afeta a juventude, e ainda, são mais seguros dos seus objetivos de curto e médio prazo: uma vida abundante. E de longo prazo: a morada eterna na Jerusalém Celestial!

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