segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Abraão - assassino ou homem de fé? Isto dependeria do seu ponto de vista.

Um bom livro de Soren Kierkegaard é Temor e Tremor, sobre a crise de Abraão indo oferecer Isaque em sacrifício. Para os homens, era assassinato. Para Deus, era fé. Abraão teve que escolher.
Esta escolha definiria seu estado: assassino ou homem de fé? Isto dependeria do seu ponto de vista.
A angústia do patriarca hebreu era sua, totalmente sua. Ninguém podia decidir por ele. Sara não podia. Só ele. Assim é o homem. Ele tem que decidir. É ele quem faz a verdade, se ela é válida ou não para ele, se será digna ou não para ele. O homem é um ente que toma decisões. Esta angústia vivida por Abraão, enquanto caminhava os três dias até o Moriá, era dele e de mais ninguém. A frase mais comum nos primeiros capítulos é “mas, quem poderia entender Abraão?” ou “mas ninguém podia entender Abraão”. Ele era um homem único, singular, como, na realidade, todos nós o somos. É o homem que se assume, que assume uma escolha, que não tem que como explicar, pois é pessoal, existencial, mas que tem sentido para ele. Abraão estava no estágio ético e deu um salto, para o religioso. É o salto da fé. A razão é impotente para guiar nossas ações. Há uma escolha a ser feita, que valida a nossa existência. Por quê? Porque o que somos como existência é que valida a nossa essência. Mas nós escolhemos nossa essência. Nós a fazemos. Então, existimos para ser. Logo, a essência não precede a existência. Para o homem ser homem, a existência precede a essência. Na realidade, ele faz a essência. O homem se faz no mundo. (Pastor Isaltino)

Um comentário:

Unknown disse...

É sempre um prazer "degustar" os escritos do Pastor Isaltino.